sexta-feira, 11 de maio de 2012

O APAGÃO DO CÂNCER


Está em moda usar a expressão apagão para se referir à falta de infra estrutura nos mais variados aspectos da sociedade brasileira.
Um relatório do Tribunal de Contas da União aprovado na plenária de 25 de outubro põe a mostra o apagão do Câncer no Brasil.
A missão do TCU foi avaliar a implementação da Política Nacional de Atenção Oncológica determinada em 2005 pelo governo federal.
O resultado foi desanimador, em um trabalho detalhado e criterioso feito a partir de informações do próprio governo as fragilidades do sistema ficaram aparentes.
Apesar de um gasto de quase 2 bilhões de reais em 2010 a conclusão principal do relatório é de que a rede de atenção oncológica nõa está estruturada para prover acesso ao diagnóstico e tratamento de forma igualitária e a tempo.
O desequilíbrio começa pelo fato de 74% dos gastos são com quimioterapia faltando recursos para o diagnóstico e outras formas de tratamento como cirurgias e radioterapia.
Um relatório do INCA citado pelo TCU constatou que em 2009 faltavam unidades especializadas para cirurgias, quimioterapia e radioterapia.
O setor radioterapia é o que apresenta as maiores desigualdades e desafios, se o próprio InCA avaliava que existia um déficit de unidades de radioterapia em 2009, a esse déficit se somaram a perda de 23 das unidades que existiam em 2010 e ficaremos com menos outras 15 unidades em 2011.
Para se avaliar a desigualdade temos por exemplo o Amapá que não conseguiu atender a nenhum dos mais de 300 pacientes identificados pelo SUS acompanhado por Roraima com números bem semelhantes. A média brasileira foi de 65,9% de atendimento as necessidades de radioterapia.
Em se tratando de uma doença que não aceita desaforos como perda de tempo a consequência é a morte que poderia ser evitada de muitos cidadãos de nosso país.
Outra vergonha nacional é o tempo médio de espera entre o diagnóstico e o acesso ao tratamento necessário.
Para resumir no Brasil um paciente fica 76 dias entre o diagnóstico de c6ancer e o início do tratamento. Somente 35,6% consegue isso em 1 mês. Não dá para esquecer a agilidade que o serviço privado consegue conferir ao tratamento do câncer com as cerca de 72 horas entre o diagnóstico e o tratamento do tumor do nosso ex-presidente Lula.
Se compararmos com outros sistemas de saúde do mundo ficamos muito mal na fita. No Canadá que tem um sistema público e que controla com mão de ferro o acesso ao sistema um paciente em média espera 6 dias entre o diagnóstico e o tratamento.
Como são mais de 47 páginas de dados e comparações ainda voltaremos a esse tema e quero lembrar que a fonte é o Tribunal de Contas da União e não alguma organização mal intencionada querendo denegrir os esforços do governo
por Luis Fernando Correia - CBN categoria Saúde em foco

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